viernes, 28 de marzo de 2008

MONTE MOZINHO ( PENAFIEL )

"Constituindo um dos castros de maior renome do Noroeste peninsular, o Monte Mozinho terá sido fundado nos finais do século I antes de Cristo, já num ambiente de progressiva romanização. O sítio seria depois ocupado, com diferentes ritmos construtivos, durante todo o período do domínio romano, até aos finais do século IV.
Povoado de grandes dimensões, com cerca de 20 hectares, a fundação e organização urbana do Mozinho obedeceram a um planeamento prévio, visível no traçado ortogonal dos arruamentos, se bem que a arquitectura de planta redonda, de tradição indígena, seja claramente dominante na primeira fase do castro.
Entre os finais do séc. I e os começos do seguinte o povoado sofre grandes transformações. A área ocupada contrai-se, o que parece corresponder à perda de população, mas ao mesmo tempo a acrópole é objecto de um reordenamento mais ao gosto romano, que leva a que três quarteirões de casas castrejas sejam arrasados para sobre eles se erguerem novos edifícios. Este aparente fulgor não terá tido grande duração, uma vez que a área central do castro parece ter sido gradualmente abandonada ao longo do século II, entrando o povoado numa fase de certo declínio até aos finais do séc. III, altura a partir da qual a ocupação parece retomar novo vigor, agora nas plataformas mais baixas.
Dos três circuitos amuralhados que o povoado terá tido, complementados por um fosso, a Noroeste, que separava o Mozinho de um outro castro que lhe é contíguo, apenas se conhece bem a primeira muralha, que delimita a plataforma central. Nesta muralha merece destaque a porta Nordeste, enquadrada entre torreões onde podem ver-se ainda os encaixes de uma porta de madeira e cruzada por uma larga rua lajeada.
No interior da acrópole pode apreciar-se o contraste entre as construções ortogonais ao gosto romano, visíveis por exemplo num quarteirão próximo da porta, e os conjuntos de “casas-pátio” de ascendência autóctone, núcleos murados de habitações de planta redonda, cobertas originalmente com elementos vegetais, por vezes juntas com outras de planta rectangular, mas todas com acesso a um pátio lajeado de utilização comum, onde não raro podem ver-se pias ou moinhos circulares.
Permanece por esclarecer a função exacta do recinto murado de planta ovalada que coroa o castro, posterior a meados do séc. I e onde as escavações não encontraram restos de quaisquer construções, sugerindo-se por isso a sua utilização como espaço público. Merece nota de destaque no Mozinho o monumento romano cujo embasamento, com planta quadrangular e constituído por blocos moldurados, pode ver-se no exterior da muralha, devendo pertencer-lhe os fustes de coluna e fragmentos escultóricos que apareceram nas escavações do local. Ultimamente interpretado como um monumento votivo à glória de Roma, trata-se de um vestígio absolutamente singular, pela sua expressão arquitectónica, nos castros do Norte de Portugal.
O acesso ao Monte Mozinho pode fazer-se a partir da auto-estrada A4, que deverá deixar-se na saída Parada/Baltar, para tomar a estrada 319, que passando por Cête e Paço de Sousa se dirige à freguesia de Galegos. Em Galegos deverá seguir-se para Sul, passar ao centro da freguesia e subir a encosta até uma cota média, onde o acesso ao castro se encontra sinalizado. A partir da cidade de Penafiel, da qual o Mozinho dista apenas 8 km, deve tomar-se a estrada 106, no sentido de Entre-os-Rios, até ao entroncamento de Galegos/Paço de Sousa, voltando-se na direcção de Galegos para seguir o percurso descrito." ( M. Silva)
Bibliografia .Soeiro, Teresa – Monte Mozinho. Sítio Arqueológico. Penafiel: Câmara Municipal/Museu Municipal, 1998.
Nota.- En las imágenes que acompañan el comentario: vista parcial del área excavada; vivienda castreña con vestíbulo; y base del monumento romano localizado en el lugar.

ARQUEOSSÍTIO DA RUA D. HUGO, 5 ( PORTO )

"Até há cerca de vinte anos, a questão das origens proto-históricas do núcleo urbano do Porto era debatida com base apenas em fontes historiográficas, carecendo de qualquer confirmação arqueológica.
A escavação realizada na casa nº 5 da Rua D. Hugo, a partir de 1980, forneceu as primeiras estruturas e sequências estratigráficas que provam a ocupação do Morro da Sé ou da Penaventosa, como documentalmente era designada aquela colina sobranceira ao Douro, a partir da Idade do Ferro, com indícios eventualmente anteriores.
Com efeito, num pequeno espaço hoje musealizado, ocorreram vestígios arqueológicos correspondentes a uma longa sequência temporal, entre o séc. XX e talvez os séculos VII-VI a.C., considerando a atribuição ao Bronze Final de alguns fragmentos cerâmicos mais arcaicos e de fundos de cabana em argila definidos por buracos de poste.
Do povoado fortificado que existiu no Morro da Sé – e de que entretanto apareceram muitos outros vestígios em diversas intervenções arqueológicas urbanas – podem ver-se na Rua D. Hugo os restos de uma construção de planta circular, com vestíbulo, típica da fase final da Idade do Ferro no Noroeste e datada do século I a.C., para além de um edifício de planta ortogonal com cantos arredondados e pavimento interior lajeado, já de época romana.
O Arqueossítio da Rua D. Hugo, nº 5 situa-se na área do centro histórico do Porto classificada como Património Cultural da Humanidade, junto ao Largo de Vandôma, próximo da cabeceira da catedral portuense." ( M. Silva)
Bibliografia
Real, Manuel L. [et al.] – “Escavações arqueológicas no Morro da Sé”. Boletim
Cultural C. M. Porto. Porto. 2ª Série, 3-4 (1985-86), p. 7-60.
Nota.- Vista del muro castreño localizado en la excavación realizada en el lugar.


CITÀNIA DE SANFINS ( PAÇOS DE FERREIRA )

"Com os seus 15,5 hectares de superfície intra-muros e a acrópole instalada num amplo planalto dominante, a Citânia de Sanfins é um dos maiores povoados dos finais da Idade do Ferro no Noroeste peninsular e também um dos que possui maior conjunto de ruínas a descoberto, fruto de cerca de quarenta campanhas sistemáticas de escavações. Dotada de um impressionante sistema defensivo assente em quatro linhas de muralha, com um perímetro total de 3,4 km, complementado por um fosso a Norte e a Sul, a citânia possui como imagem de marca o desenvolvido sistema urbano que estrutura as cerca de 160 construções visíveis e seis grandes arruamentos, de orientação próxima dos pontos cardiais. As habitações, tanto de plantas rectangulares como circulares, com e sem vestíbulo, organizam-se na maior parte dos casos em núcleos familiares, cujas divisórias são claramente perceptíveis. Na área central do povoado, várias construções de planta rectangular e grandes dimensões, onde apareceu espólio de natureza ritual, nomeadamente duas aras e fragmentos de uma estátua de guerreiro, sugerem a sua interpretação como uma área pública de função religiosa. O aparecimento da base de sustentação deste guerreiro, in situ, num conjunto de penedos que domina uma das entradas da citânia, permitiu repor ali uma réplica e, sobretudo, abrir novas perspectivas sobre o significado desta estatuária tão característica do mundo castrejo do Norte de Portugal como representações de figuras tutelares, heroicizadas, dos povoados dominantes. A reconstituição, com base em evidências arqueológicas e documentação etnográfica, de um núcleo habitacional constitui outro dos apelativos para uma visita ao povoado, pela oportunidade que ali se oferece de percepção muito íntima e pessoal do que seria um espaço de habitar de há mais de dois mil anos. O balneário encontrado numa das encostas do castro, a Sudoeste, é um dos melhor conservados neste tipo de arquitectura. Alimentado por uma nascente natural, representaria por certo um lugar de especial destaque na vivência da comunidade que habitou o planalto entre o séc. I antes de Cristo e os finais do século I da nossa era, cujo nome – Fidueneae – pode ler-se numa inscrição votiva em latim que se conserva num penedo existente extra-muros, a Norte da citânia. O acesso a este importante sítio arqueológico, classificado como monumento nacional, pode fazer-se a partir de Paços de Ferreira, de que dista escassos 6 km, devendo tomar-se a estrada nº 209, que entronca, na freguesia da Carvalhosa, à esquerda da Estrada Nacional 207 (Porto – Paços de Ferreira). " ( M. Silva )
Bibliografia Silva, Armando Coelho F. – Citânia de Sanfins. Catálogo Museu da Citânia de Sanfins.Paços de Ferreira: Câmara Municipal, 1999
Nota.- Vista panorámica del completo "monumento con forno" o "Pedra Fermosa".

CASTRO DO MONTE PADRÂO ( SANTO TIRSO )

"O Monte Padrão é um dos mais importantes e extensos povoados proto-históricos romanizados da bacia do Ave. A sua ocupação remonta ao “Bronze Final”, documentada pelo achado de cerâmicas e outros materiais com cronologia entre os séculos IX e VII antes de Cristo.
Durante a Idade do Ferro o desenvolvimento do castro levaria à construção de habitações em pedra com a característica planta circular, por vezes com vestíbulo ladeando a entrada, de que podem ver-se actualmente diversos exemplares. Desta fase, igualmente, data um imponente sistema defensivo, encontrando-se escavado um longo tramo da muralha que coroava a acrópole, podendo ainda adivinhar-se mais duas linhas de muralhas nos taludes e plataformas situados a cota inferior.
O povoado castrejo conheceu depois uma notável reorganização urbana com a romanização, o que se comprova pela descoberta de vários edifícios de tipologia arquitectónica clássica, com diversos compartimentos estruturados em torno de pátios centrais, dos quais o melhor conservado se situa numa plataforma a Poente do castro. A localização do aglomerado junto
a uma via romana que ligava o Porto (Cale) à estrada Braga-Mérida deverá ter contribuído para esta intensa ocupação, continuada até aos finais do Império.
Durante a época medieval instalou-se no local um mosteiro ligado ao de Celanova (Orense) e que esteve activo até à Idade Moderna. Destas construções e do amplo cemitério associado podem também observar-se vestígios no Monte Padrão.
O Castro do Monte Padrão é monumento nacional e está presente a ser alvo de um projecto de valorização. Acede-se ao sítio arqueológico, a partir de Santo Tirso, pela estrada nº 104 (Santo Tirso – Guimarães), devendo de seguida tomar-se a estrada nº 319, no sentido de Paços de Ferreira. No percurso encontrar-se-ão placas indicadoras da estação arqueológica. " ( M. Silva)

Nota.- Dos amplias panorámicas del área excavada del poblado castreño con clara influencia romana en su ordenamiento urbanístico

CASTRO DE S. PAIO ( VILA DO CONDE )

"A grande variabilidade de implantação na paisagem dos habitats da Idade do Ferro no Norte de Portugal encontra exemplo de muito interesse no pequeno castro de S. Paio, em Labruge, que constitui o único povoado castrejo absolutamente marítimo de toda a costa portuguesa, ao contrário do que sucede na Galiza, onde se conservam vários destes castros litorais, como o bemconhecido de Baroña.
O castro de S. Paio, que tira o nome do orago da pequena capela existente no local, é um povoado de reduzidas dimensões, assente num pequeno cabeço com cota de 14 metros, junto à praia. As suas defesas parecem resumir-se a uma muralha ou talude, de que podem ver-se vestígios a Nascente, associada a um fosso, que protegeria os habitantes na área mais aberta a terra, já que do lado oposto o mar constituía natural e eficaz protecção.
Bastante destruído pela erosão litoral e pela utilização balnear do local, o castro conserva ainda vestígios das suas habitações, podendo ver-se alguns muros e construções de planta circular, se bem que as escavações arqueológicas tenham proporcionado o achado de variado espólio e outros elementos de interesse, como lareiras e pisos em argila decorados, que se encontram protegidos. Nas proximidades existem penedos com gravuras, de cronologia incerta.
As escavações realizadas documentaram a ocupação deste povoado, que se encontra em processo de musealização, entre o século I antes de Cristo e os primeiros séculos da nossa era. Chega-se facilmente ao castro, a partir do Porto, através da auto-estrada IC1, que deverá abandonar-se na saída de Modivas, seguindo-se depois para Sul pela Estrada Nacional 13 (Porto – Vila do Conde) e voltando-se à direita no 2º cruzamento, a partir do qual a estação está abundantemente sinalizada.
Bibliografia
Dinis, António P. – Ordenamento do território do Baixo Ave no I Milénio A. C. Porto: Fac.Letras Univ. Porto, 1993.
Nota.- Aspecto parcial del área excavada, desde el mar, con la iglesia en la cima del castro

CRASTO DE PALHEIROS ( MURÇA )

"Instalado num cabeço rochoso de impressionante implantação na paisagem, o Crasto é um sítio arqueológico cuja ocupação inicial remonta ao Calcolítico, entre 2.800 e 2.600 anos antes de Cristo.
O local foi depois abandonado durante cerca de dois milénios, voltando a ser escolhido para a fixação de uma comunidade por alturas do séc. IV a.C., durante a Idade do Ferro. O povoado dessa época, assente sobre as ruínas das construções calcolíticas e que aparentemente não possuía qualquer muralha, delimitação ou sistema defensivo, era composto por cabanas feitas com materiais perecíveis, se bem que algumas, de planta circular, apresentassem pavimentos empedrados, como ainda se pode ver. Já provavelmente no século I da nossa era o local foi rodeado de duas linhas de muralhas pétreas, concêntricas, reutilizando-se também os taludes de pedra calcolíticos.
O abandono definitivo do povoado dar-se-ia provavelmente pouco depois da construção das muralhas, sendo praticamente inexistentes os vestígios de época romana. A singularidade deste castro transmontano, bem diferente dos povoados contemporâneos do Entre Douro e Minho, assenta assim, entre outros aspectos, na inexistência de habitações em pedra e na cronologia tardia das muralhas, exemplificando a variabilidade de contextos e soluções que se verifica do povoamento da Idade do Ferro do Norte de Portugal. Para o visitante tem ainda o aliciante suplementar – e o desafio interpretativo – de proporcionar a observação de restos arqueológicos préhistóricos e proto-históricos em sobreposição directa.
O acesso à estação arqueológica faz-se facilmente a partir do Itinerário Principal nº 4, devendo sair-se no nó de Palheiros e tomar-se depois a Estrada Nacional 15, em direcção a Franco. Após a aldeia de Palheiros o povoado encontra-se sinalizado." ( M. Silva)

Bibliografia
Sanches, Maria de Jesus – “Crasto de Palheiros”, in Almeida, C. A. B. (dir.) História da
Vinha e do Vinho no Vale do Douro. Vol. 1. Porto: Afrontamento, no prelo.
Nota.- Vista del yacimiento castreño desde el noroeste y detalle gegeral de la muralla restaurada y en primer término, piedras hincadas que completarían el sistema defensivo.

EL CASTRO DE VILADONGA (CASTRO DO REI, LUGO)

"Situación. Concello de Castro de Rei (Lugo).
Cronoloxía. Séculos III-V d.C. Non só non se abandona despois da conquista romana da Gallaecia senón que é nesta época cando coñece o seu maior esplendor.
Elementos de interese. O castro de Viladonga é un dos xacementos galegos máis impresionantes xa que a súa ubicación, e as súas dimensións, permiten ve-la súa estructura en conxunto. Ten unha monumental muralla formada por unha mole de terra cunha estructura de pizarra no seu interior.
No poboado, poucas construccións circulares, e cuadrangulares de diversos tipos, algunha con muros medianeiros. Tódolos muros ou paramentos do castro están feitos de pizarra. Ás veces teñen nas súas basas ou zócolos de cimentación grandes pezas de seixo que quizáis cumplisen unha función de sinalización dos espacios, e mesmo tivesen un valor de protección dado o carácter máxico que se atribúe a esta pedra. Nalgunhas das construccións paralelas á muralla, advírtese diante unha especie de pequeno adro como elemento intermedio entre a rúa e a porta da casa, o que supón unha perfecta adaptación á configuración do terreo.
Destaca unha casa longa que podería ter sido un edificio social, un lugar de reunión, ou quizais relixioso ou ritual cunha serie de buratos no chan que poderían servir como pozos de ofrendas ou ben como depósitos de cereal.
Camiñando sempre polo espacio que deixan as casas, pódese chegar a
apreciar algún conxunto doméstico (casas patio ou barrios). Algunha vivenda aparece coa totalidade do piso lousado, outras con acceso de escaleiras. Tamén pódense apreciar outros elementos como as ampliacións que algunhas construccións sufriron, mediante o adosado de muros, de acordo coas necesidades dos seus ocupantes. Tamén aparecen no castro distintos tipos de
fogares lixeiramente realzados sobre o chan, feitos de barro e tamén de pedra.
Algúns deles están pechados con pedras e lousas fincadas que cercaban o lume.
Estes elementos son os que peor resisten o paso do tempo e non acostuman conservarse en bo estado.
A cubrición das casas era de tella (introducida en Galicia polos romanos) e de materiais vexetais. As tellas romanas de barro (tégula e ímbrice) son moi abundantes no xacemento e posiblemente fosen elaborados no mesmo poboado. As cubertas vexetais puideron estar suxeitas con cordas tirantes polo peso dunhas pedras atopadas en escavación. Ámbolos dous tipos de cuberta deberon empregarse ó mesmo tempo.
A abundancia de materiais recuperados no transcurso das escavacións testemuñan moitas e variadas actividades que tiveron lugar no poboado: para desempeña-la labor agrícola, fouces, sachas e legóns; para o traballo da pedra, compases e cinceis; para traballa-lo metal, escoplos, martelos, cravos e remaches. O uso do carro está documentado polas marcas de rodadas que hai no xacemento e e unha arandela e arco dunha roda.
Os moldes, feitos de pedra ou arxila, para facer pezas de bronce e os fragmentos de crisois indican unha actividade metalúrxica. O metal debía extraerse de zonas próximas ó xacemento xa que aparecen tamén ferramentas para a mineiría. Entre as armas aparecen puntas de lanza de ferro, puñais, espadas curtas, etc., e empuñaduras de puñais de antenas.
Os labores domésticos documéntanse por fragmentos de cazos, coadores, asas de baldes (sítulas) de época castrexa e romana, recipientes de cerámica para a cociña e o servicio de mesa, obxectos de vidro, cubertos, etc.; útiles para o tecido, (crese que era un labor feminino realizado en anexos ás vivendas), e distintos adornos relacionados co vestido como as fíbulas
(broches), fibelas de cinturóns, botóns, etc. Tamén adornos persoais como brazaletes, alfinetes e broches para o pelo, aneis e mesmo un espello de metal.
O ocio tamén está representado no xacemento pola tábula
latrunculata ou taboleiro de xogo coas súas fichas (podería ser semellante ás damas). Relacionadas co comercio están as moedas e a cerámica de importación. O mundo das crenzas está representado por algúns amuletos
pero non apareceu ningunha inscripción nin restos específicos de actividades relixiosas.
Escavacións. Realización de escavacións entre 1971 e 1978. En 1976 créase un museo monográfico ó pe do castro. Dende 1982, baixo a dirección de Felipe Arias Vilas, as escavacións realízanse regularmente como actividade científica do museo.
Materiais. Os materiais están no museo de sitio, á beira do xacemento.
Accesos. O castro sitúase a 24 km. ó NE da cidade de Lugo. Seguindo a estrada N-640 que vai dende Lugo a Ribadeo (estrada de Asturias) a vintetrés quilómetros (marco 56 Km.), pola esquerda debe seguirse o sinal que indica a dirección a Valmonte, a 200 metros está o castro. O xacemento e o museo están ben sinalizados. " ( P. Barciela y E. Rey)
Nota.- En la fotografía superior, vemos varias construcciones castreñas acosadas a la muralla que por esta zona posee una pequeña escalera y en la otra imagen, podemos apreciar una panorámica general del área excavada, teniendo la muralla y su entrada hacia el fondo de la misma.

CRASTOEIRO ( MONDIM DE BASTO )

"Descoberto em 1983, este povoado, situado já numa zona de transição entre a área minhota e a transmontana, foi recentemente objecto de escavações que revelaram algumas características singulares no contexto dos sítios congéneres da Idade do Ferro.
Implantado num esporão rochoso na vertente Sudoeste do Monte Farinha ou da Senhora da Graça, o povoado tem as suas construções dispostas em plataformas entre penedos graníticos, por vezes também utilizados como base ou apoio de muros. As construções, com muros de pedra, são essencialmente de planta rectangular, por vezes de cantos arredondados, se bem que tenha sido detectada uma casa de planta circular com vestíbulo.
Todavia, estas habitações pétreas são bastante tardias no contexto da Idade do Ferro, datando-se apenas do século I a.C., tendo-se utilizado cabanas de materiais perecíveis, de que também apareceram vestígios, até então.
A ocupação do sítio para habitação permanente remontará ao séc. IV a.C., tendo sido o povoado monumentalizado com uma muralha pétrea – de que foi escavado um significativo troço – por volta do século II a.C. Na segunda metade do séc. I da era cristã, por razões que se desconhecem, o Crastoeiro terá sido abandonado.
Merece nota nesta estação arqueológica a presença de seis rochas com motivos gravados, exibindo espirais, covinhas e outros elementos. Sendo sempre problemática a datação da arte rupestre nestes contextos, é de realçar todavia a circunstância das gravuras não terem sido destruídas pelos habitantes do Crastoeiro, o que sugere uma eventual incorporação ritual ou simbólica destas representações.
O acesso ao povoado faz-se pelo estradão que liga a estrada municipal Mondim de Basto – Bilhó (a partir do lugar da Caínha) à estrada que conduz ao santuário de Nossa Senhora da Graça (junto à pista de aterragem de parapentes). " ( M. Silva )
Bibliografia
Dinis, António P. – Ordenamento do território do Baixo Ave no I Milénio A. C. Porto: Fac.
Letras Univ. Porto, 1993. Dissert. Mestrado, policop.
Nota.- Vista de algunas construcciones castreñas y un petroglifo de motivos geométricos localizado dentro del recinto del castro

EL CASTRO DE VIGO

"Situación. O xacemento arqueolóxico ubícase no Monte do Castro, no centro mesmo da cidade de Vigo (Pontevedra).
Cronoloxía. O poboado foi utilizado dende o século II a. C. ó III d. C. O abandono crese que foi progresivo.
Elementos de interese. O poboado castrexo debeu ocupar todo o monte dende o cumio. Non se conservan restos dos elementos defensivos. No pequeno sector escavado pódense apreciar un tipo de construcción superposta, hai vivendas redondas e algunha cadrada de época romana.
Hai canles feitas na rocha, seguramente para aproveita-la auga da chuvia. Hai unha construcción elíptica e con compartimentos que, segundo algunhas investigacións, podería corresponder a un monumento con forno (véase Castro dos Prados).
"No poboado está documentado o consumo de bóvidos, cápridos, peixe e mariscos diversos. Usouse moita cerámica romana de importación, decorada e sen decorar, para a mesa, na cociña para gardar alimentos ou para transportalos. Tamén son moi abundantes os fragmentos de ánfora para transportar salsa de peixe (garum) e viño. Se usaron elementos de adorno persoal, circulou moeda romana, e no tempo de lecer se practicaron xogos de mesa.
Escavacións.
Descuberto en 1928. Escavacións en 1952 e 1970, e de 1981 a 1987.
Materiais. No Museo Municipal Quiñones de León, en Vigo.
Accesos. De costas ó edificio do Concello, subimos ata a cruz do monumento dos caídos e collemo-lo camiño que vai á dereita bordeando a aba do monte ata chegar a unha zona con casas. Fronte a elas están as ruínas. " ( P. Barciela y E. Rey )
Nota.- En las fotografías, tenemos una vista de la casa de planta cuadrangular localizada con un hogar en su centro y una vista general del área excavada en el Poniente, desde el sur, pudiéndose apreciar diversas construcciones desenterradas.

CASTRO DE PENICES ( FAMALICÂO )

"Implantado num esporão de baixa altitude (99 metros) situado num meandro do rio Este, o Castro de Penices destaca-se entre os povoados protohistóricos do Baixo Ave precisamente por aquela característica topográfica, que lhe proporciona excelentes condições defensivas graças às pronunciadas escarpas que o delimitam sobretudo a Oeste e Noroeste.
Ascendendo o curto caminho pedestre, talhado em rocha natural, que sobe à coroa do castro, o visitante depara-se com um significativo talude ovalado, que oculta um dos fossos do povoado. Atingido o topo, poderá desde logo observar um tramo da muralha, com cerca de três metros de espessura, com dupla face com enchimento. No interior, foram detectadas diversas bases de cabana delimitadas por buracos de poste e pavimentos em argila (não expostas por razões de conservação), pertencentes à fase mais antiga de ocupação, datada do Bronze Final (sécs. VIII-VII a.C.). São visíveis três construções circulares, uma delas com vestíbulo, delimitadas por um muro e pela própria muralha, que faziam parte de um núcleo familiar.
O sistema defensivo deste pequeno povoado integrava, além da muralha central e do aproveitamento da escarpa natural – que pode observarse a Noroeste – um complexo de três fossos e outros tantos taludes implantados na área mais aberta, a Sudeste.
A ocupação deste pequeno povoado, descoberto na década de 1980 e que contou desde então com diversas campanhas de escavação está compreendida entre o Bronze Final, e o séc. I, altura em que foi abandonado, voltando a ser habitado, pelo menos parcialmente, entre finais do séc. IV e inícios do V.
O acesso à estação arqueológica pode fazer-se a partir de Famalicão, de onde dista poucos quilómetros, pela Estrada Municipal nº 206, no sentido Poente. Ao chegar à freguesia de Gondifelos deve voltar-se à esquerda pela Rua Francisco Alves de Oliveira, frente à igreja matriz. O castro fica a cerca de um quilómetro, logo após o pontão sobre o rio Este, podendo levar-se automóvel até ao sopé. " ( M. Silva)
Bibliografia
Dinis, António P. – Ordenamento do território do Baixo Ave no I Milénio A. C. Porto: Fac.
Letras Univ. Porto, 1993. Dissert. Mestrado, policop.
Nota.- En la fotografía, podemos ver parte de su muralla defensiva, en primer término y un aspecto parcial de la zona excavada con restos de viviendas.

martes, 18 de marzo de 2008

EL CASTRO DE TROÑA ( PONTEAREAS, PONTEVEDRA)


"Situación. O castro de Troña ubícase na parroquia de Pías, concello de Ponteareas, a tres kilómetros de Mondariz-Balneario.
Cronoloxía: Iníciase o poboamento no século V a.C. ata o II a. C. A totalidade do recinto ocúpase no cambio de era e século I d.C.
Elementos de interese. O castro está defendido por dúas murallas, que pechan por completo o poboado. O foxo, (actualmente atravesado pola pista que conduce ó castro), está escavado na rocha e acada nalgunhas zonas os 18 metros de profundidade e os 10 de ancho.
Subimos ata o cumio, onde está a ermida, e bordeamos esta plataforma para ve-lo conxunto e distingui-la súa estructura. O poboado posúe dous recintos ben diferenciados. O primeiro é o máis amplio, está ocupado polo achandamento no que estamos, e o segundo é máis baixo e como un engadido do anterior.
Colocándonos de fronte á porta da ermida, camiñamos á esquerda, cara ó borde da plataforma; pola dereita atoparedes unha vivenda elíptica. Ten un limiar de pedra cun rebaixe que penetra no interior da casa. No momento da súa escavación, tiña dous pavimentos de arxila cocida e dous fogares correspondentes a dous momentos diferentes de ocupación. Esta casa posuía un lucido de tonalidade amarelenta, tanto na súa parte exterior como nas paredes internas. O seu carón hai unha rúa moi estreita pero totalmente empedrada.
En liña co cruceiro, e á beira duns graos, hai unha edificación da que forma parte unha rocha coa cara vertical cun gravado que representa unha serpe en posición heráldica. Algúns arqueólogos relacionan este gravado cunha lenda dunha serpe que roubaba bestas para comer ata que os veciños lle deron un novelo atado a unha corda. Unha vez que o tiña comido tiraron dela, a mataron e a enterraron no adro da ermida onde está hoxe o cruceiro.
Se camiñamos entre as edificacións deste sector coa muralla á man dereita, podemos ver catro construccións de diversas formas. Tamén aquí segue aparecendo a superposición de estructuras de diferentes momentos.Dende aquí, tamén pode observarse o punto de unión da primeira muralla coa que pecha o segundo e máis recente recinto.
O grupo de construccións máis cercano ó camiño foi o último sector escavado, destacando entre as edificacións unha que ten un vestíbulo e, unida a ela por un lousado, un posible silo ou graneiro de planta rectangular.
Escavacións. Entre 1927 e 1930 e do 1981 ata 1991. Nas últimas consolidacións os muros rematáronse de forma irregular conservando a imaxe de ruína (os das primeiras teñen o remate recto) e están diferenciadas as partes reconstruídas das orixinais.
Materiais. No Museo Municipal de Ponteareas e no M. Arqueolóxico Provincial de Ourense.
Accesos. Partindo de Mondariz-Balneario, imos á parroquia de Pías. Unha vez nela, chégase ó xacemento tomando a pista forestal asfaltada que vai cara ó barrio de A Hermida. Desviarnos á dereita, antes de chegar ó mesmo, por outra pista que vai á Picaraña. Este camiño está asfaltado ata o pé do monte e sigue logo de terra." ( P. Barciela y E. Rey)
Nota.- En las fotografías, un detalle de una vivienda elíptica de la zona alta del poblado y una vista parcial del área excavada en el segundo recinto, con varias construcciones.

CIVIDADE DE TERROSO ( PÓVOA DE VARZÍM )

"A Cividade de Terroso é um dos mais castros de maior tradição na investigação no Norte de Portugal, tendo as primeiras escavações sido realizadas em 1906. A popularidade do povoado nos meios científicos deve-se ao facto de uma planta geral do castro, relativamente exacta, ter sido publicada na década de 1930, o que tornou a estação paradigmática do que então se pensava corresponder a um dado modelo de organização espacial do habitat castrejo. Efectivamente, aquela planta ilustra muitas dezenas de construções do povoado, de diferentes tipologias arquitectónicas mas também de distintas fases da vida do castro, do que resulta um plano aparentemente desorganizado e sem qualquer princípio ordenador. Trabalhos arqueológicos modernos, feitos segundo critérios estratigráficos, vieram demonstrar, pelo contrário, que o urbanismo da fase final de ocupação da Cividade, após os meados do séc. II a.C. se desenvolveu segundo arruamentos ortogonais, para os quais abriam núcleos familiares, num esquema similar ao de povoados coevos, como Briteiros ou Sanfins.
O castro deverá ter sido habitado desde os finais da Idade do Bronze (X-VIII a.C.), desenvolvendo-se de forma mais clara e com a petrificação das habitações, todas de planta circular, entre os séculos V e II a.C. Nos finais do séc. II antes de Cristo o povoado terá sido destruído por um extenso incêndio, ocorrência que tem sido ligada à passagem do exército de Décimo Júnio Bruto, por volta de 137 a.C. Não estando documentada historicamente qualquer batalha no local, o facto é que após aquela data tem lugar um completo reordenamento urbano e arquitectónico da Cividade, vulgarizando-se as plantas rectangulares, a cobertura dos edifícios com telha de tipo romano, a nuclearização das construções e outros indícios de aculturação.
No interior da tripla linha de muralhas que cerca o povoado, podem observar-se construções de grande interesse e diversidade, merecendo destaque também a circunstância de terem sido encontrados neste castro pequenos recintos funerários, com cistas que continham urnas de incineração, documentando práticas sepulcrais, o que é extremamente raro no mundo castrejo.
O acesso à Cividade pode fazer-se, para quem venha do Porto ou de Viana do Castelo pelo IC1, da seguinte maneira. Deverá sair-se na Póvoa de Varzim e virar para Amorim, seguindo pela E.N. 205. Cerca de 2 km adiante, nos semáforos de Terroso, virar-se-á à direita, seguindo-se até à Igreja e daí ao largo do Cruzeiro, onde poderão ser deixadas as viaturas. Duas centenas de metros adiante encontra-se o sopé do castro. " (M. Silva)

Bibliografia
Gomes, José M. Flores; Carneiro, Deolinda – Cividade de Terroso. Póvoa de Varzim:
Câmara Municipal/Museu Municipal, 1999.

Nota.- En las fotografías que ilustran el comentario, se pueden apreciar dos panorámicas generales del área excavada del castro, que ofrece gran cantidad de construcciones bien conservadas.

CASTRO DE SANTA MARIA DE CASTRO ( CERVANTES, LUGO )


"Situación. En Sabadelle, parroquia de Santa María, concello de Cervantes (Lugo).
Elementos de interese. Nas escavacións documentáronse un total de 23 construccións, zonas de paso, canles, muros de nivelación, escaleiras, enlousados, muros de descarga e de nivelación e sistemas de drenaxe. Tódalas construccións escavadas son de carácter doméstico (agás unha que presenta problemas de interpretación).
Algunhas das casas presentan os muros interiores enlucidos e pequenas alacenas de pedra. Nunha das casas documentouse a existencia de dous andares, correspondendo o superior a un posible faiado. Diferénciandose os materiais do andar superior e inferior. Excepcionalmente documentáronse os marcos de madeira das portas, que foron restituídos.
Unha singularidade deste xacemento é a construcción sobre as ruínas castrexas dunha necrópole (cemiterio) dos séculos XIII-XIV formada por 56 sepulturas. Para a súa realización, en moitos dos casos, reutilizáronse pedras do asentamento castrexo e mesmo en varias sepulturas aproveitouse a parede dalgunha casa para facer de lateral ou cabeceira. Na maioría das sepulturas puidéronse recuperar restos óseos.

Escavacións. En 1995-96.
Materiais. No Museo Provincial de Lugo.
Accesos. Dende Cervantes ou Becerreá hai que ir a Sabadelle (hai unha pista). Dende Becerreá cóllese dirección a Navia de Suarna e no Km. 14 (pasando a ponte sobre o Navia) cóllese un desvío que leva a Sabadelle. Dende Sabadelle cóllese cara á vila de Río e, a medio quilómetro, a pista que vai á igrexa de Sta. María." ( P. Barciela y E. Rey)

Nota.- En las dos fotografías que ilustran este comentario, vemos en una de ellas un detalle de una vivienda desenterrada y otra nos presenta una bella panorámica del castro desde la lejanía.

CITÀNIA DE BRITEIROS ( GUIMARÀES )

"Situada no designado Monte de S. Romão, um promontório que se prolonga desde a Serra da Cabreira, separando os vales do Ave e do Cávado, a Citânia de Briteiros, monumento nacional, é uma das mais afamadas estações arqueológicas portuguesas. Os estudos e escavações que Francisco Martins Sarmento aí desenvolveu desde 1875 estão na raíz da investigação sobre a “cultura castreja” do Noroeste e marcaram momentos importantes da própria história da arqueologia em Portugal.
Trata-se de um povoado de grandes dimensões, como o próprio termo citânia ilustra, e notável organização urbana, patente no ordenamento ortogonal dos seus bairros, separados por arruamentos. O sistema defensivo de Briteiros, também particularmente desenvolvido, compreende quatro linhas de muralhas, visíveis ainda em grande extensão, e restos de dois fossos.
A área habitacional escavada, distribuída principalmente pela acrópole e encosta Nascente, dispõe-se em patamares, sustentados por muretes de suporte, e organiza-se por ruas que se cruzam perpendicularmente, dando acesso a diferentes núcleos habitacionais de natureza familiar, com construções de diferentes tipologias, por vezes ostentando padieiras ou ombreiras decoradas ou até com o nome dos antigos residentes (Camalus, Coronerus, Caturo), como pode ver-se na citânia ou em pedras recolhidas na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.
Constituem ainda elementos de visita recomendada o grande edifício circular, com onze metros de diâmetro e bancos de pedra junto aos muros, localizado em posição privilegiada e que tem sido interpretado como local de reunião de qualquer conselho comunitário, bem como as habitações reconstruídas por Martins Sarmento, no que constituíu, à época, um exercício pioneiro. Junto à estrada de acesso à Citânia observa-se ainda o notável balneário para banhos de vapor, com a sua “pedra formosa” decorada, e que seria um dos dois monumentos deste tipo existentes na citânia, tendo em conta que outro elemento arquitectónico similar, de decoração mais exuberante, foi recolhido para o museu da Sociedade.
A cronologia de ocupação deste povoado não é totalmente clara, dada a natureza dos registos conservados, mas a generalidade das construções visíveis data da fase de apogeu da Citânia, entre os finais da Idade do Ferro e os primeiros séculos do domínio romano.
O acesso a Briteiros faz-se a partir de Guimarães, cidade de que dista cerca de 15 km, devendo tomar-se a estrada nacional nº 101, em direcção a Braga, voltando-se nas Taipas para a estrada nacional 310, que conduz à Póvoa de Lanhoso e seguindo-se depois a estrada municipal para Briteiros, onde a estação se encontra sinalizada." (M. Silva)
Nota.- En la fotografía, una vista general del "monumento con forno o Pedra Fermosa" de Briteiros

EL POBLADO CASTREÑO DE SANTA TEGRA ( A GUARDA, PONTEVEDRA)

"Situación. Está no monte de igual nome, sito no concello de A Guarda (Pontevedra).
Cronoloxía. O poboado foi edificado en tempos de Augusto (27 a.C. ó 14 d.C.) e abandonado a finais da época Xulio-Claudia (remata no 68 d.C.). No século V ten unha ocupación cristiá. En época moderna constrúese o viacrucis.
Elementos de interese. É un dos castros máis visitados e coñecidos a pesar de estar escavado parcialmente en diferentes zonas dificultando a comprensión global. Como defensa ten unha simple liña de muralla á que se abren dúas portas. Subindo pola estrada que leva ó cumio do monte, atopamos a ámbolos dous lados o último sector escavado, mellor conservado e máis coñecido. Se quedamos na beira da estrada e botamos unha ollada ó conxunto da dereita entre
o urbanismo aparentemente caótico, poderemos descubrir unha certa organización con praciñas e estreitas rúas lousadas.
Hai varios grupos domésticos (barrios), que se recoñecen polo muro que os rodea (non sempre completo) e porque as construccións abren as súas portas a unha especie de patio ou praciña común. Un destes exemplos está baixando á dereita da casa reconstruída (recreación arqueolóxica de 1965). Consiste nun grupo de tres estructuras (teñen labras soltas no seu interior) con praciñaempedrada, vestíbulos, escaleiras escavadas na rocha, lareiras ou forno.
Neste sector, á dereita de onde estamos, podemos ve-la muralla e a
porta norte, a única visible na actualidade. O acceso por ela realízase frontalmente por unha ancha escaleira de pedra que está protexida por un muro nun dos laterais e unha gran torre no outro.
Camiñando sempre entre as casas, descubrindo os camiños e pasos entre elas podemos atopar varios elementos –ide con coidado que hai buratos grandes (alxibes) sen sinalizar.

As vivendas: identifícanse pola existencia dun fogar. Poderían estar enlucidas por dentro e por fóra con argamasa. No Tegra abundan as casas con vestíbulo onde se sitúa o forno. No interior, bancos adosados. No centro situábase o fogar (os do Tegra adoitan ser de pedra con dous buratos para encaixa-los postes dos que colgan as olas). No interior podería haber repisas e diversos tipos de colgadores de granito ás veces decorados (tamén se colocaban nas estructuras anexas para ata-lo gando). Moitas das casas contan no exterior con lousados e con canles de desaugue (algunhas son unha gabia ó redor da construcción). Tamén son facilmente identificables os limiares das entradas (unha lousa cun ou varios buratos, gonzos, para unha ou dúas follas). Neste sector tamén hai varios alxibes ou pozos para o aprovisonamento de auga.
Pénsase que a maioría das construccións tiñan cubertas como as das reconstruccións ou cun sistema de aspas. As de forma oval ou cadradas poderían ser vexetais a dúas ou catro augas e as cadrangulares con esquinas angulares terían cuberta de tella romana.

Marxe esquerda: cruzamo-la rúa e atopamos outra vivenda reconstruída (data de 1972), á esquerda dela, baixando, hai un sinal que indica a situación depetroglifos: uns están entre dous muros (coñecidos como “o pasillo”) e outros na rocha preto do sinal.
Voltando á estrada e subindo pola súa marxe esquerda atopamo-la zona escavada nos anos 60. Nesta zona, pódese ver un exemplo de aparello helicoidal (é con forma dunha espiña de peixe) nunha das vivendas que se asoman á estrada. Se continuamos subindo pola estrada e nos poñemos de frente á porta da Casa Forestal (a primeira casa actual que se ve) atopamos un camiño á dereita. Baixando e doblando logo á esquerda atópase o chamado poboado de Mergelina, por enriba desta zona está a porta sur, con acceso en ángulo recto a través dunha rampa enlousada en zig-zag. Este sector está actualmente cuberto de vexetación (segundo se baixa á dereita do camiño asoman algúnas construccións). No cumio do monte, Pico de San Francisco, hai tamén escavadas varias vivendas, o resto se cre que foi destruído ó levantarse as construccións modernas.

Escavacións. Descúbrese en 1913. Créase o museo en 1914.Escavacións: entre 1914 e 1923; entre 1928 e 1930; dende 1952 ata 1972. A partir de 1983, utilízase como elemento diferenciador unha fiada de ladrillo.
Materiais: No museo no cumio do monte.
Accesos. En A Guarda, hai sinais indicando a localización do xacemento, visible dende calquer parte da vila. Se cobra entrada, por persoa, si se sube en coche." ( P. Barciela y E. Rey)

Nota.- En las fotografías podemos apreciar dos panorámicas generales del área excavada, apreciándose parte de la muralla y numerosas construcciones castreñas.

CASTELO DE FARIA ( BARCELOS)

"O visitante que chega ao povoado depara de imediato com um profundo fosso e restos da segunda linha de muralhas do castro, apercebendo-se depois de diversas construções e outros panos de muralha.
Efectivamente, o castelo de Faria destaca-se entre os povoados congéneres pela boa conservação do seu sistema defensivo, de marcada imponência, composto por três amuralhamentos e um fosso, se bem que todas as muralhas tenham sido alteadas nas décadas de 1930-40. Estas estruturas constituem, aliás, a principal atracção do castro, podendo fazer-se um percurso aprazível e bucólico entre as muralhas e as penedias graníticas que caracterizam o morro onde se implanta a estação arqueológica.
São visíveis também dezenas de estruturas habitacionais, compostas quer por construções de planta curvilínea, quer de tipo ortogonal. O facto de terem sido feitas há já muitas décadas as escavações mais extensas no povoado e as deficiências do registo científico da época impossibilitam a compreensão do faseamento interno da ocupação do povoado, que pode balizar-se, todavia, entre o Calcolítico/Bronze Inicial (III milénio a.C.) e o período final da dominação romana, entre os séculos IV-V da nossa era.
No topo do monte existem restos de um importante castelo medieval utilizado até ao séc. XV – que dá nome à estação – encontrando-se tais vestígios em parte arruinados, em parte reconstruídos. A estação encontra-se classificada como monumento nacional.
Para chegar ao povoado deve tomar-se a E.N. 205, seguindo a estrada municipal para Carvalhal à entrada de Barcelos. Após a aldeia de Carvalhal iniciase a subida para o monte da Franqueira, onde existe um conhecido santuário. Dois quilómetros após a subida passa-se a Quinta do Convento da Franqueira, de que se vêm várias capelas próximo da estrada, e cerca de um quilómetro depois, um estradão do lado direito da estrada permite aceder rapidamente ao sopé do castro." (M. Silva)

Bibliografia
Almeida, Carlos A. B. (1982) – “Castelo de Faria: campanha de escavações de 1981”. Barcellos Revista. 1 (1). Barcelos, p. 79-88

Nota.- En las fotografías que ilustran este comentario, un aspecto de su sistema defensivo y una de las viviendas localizadas en las zonas objeto de excavaciones arqueológicas.

EL CASTRO DE "A CIDADE" DE SAN CIBRÁN DE LÁS ( SAN AMARO, OURENSE)


"Situación. A Cidade de San Cibrán de Lás está na parroquia do mesmo nome pertencente ó concello de San Amaro (Ourense).
Cronoloxía. Ocupado entre mediados do século I a. C. ata comenzos do II d. C. sendo despois abandoado.
Elementos de interese. O poboado está estructurado en dúas partes: un gran recinto amurallado con tres portas de acceso e outro mais pequeno, no centro, tamén amurallado con dúas portas. Hai tamén outra muralla que reforza a entrada oeste, foxos e parapetos.
No asentamento, predominan as construccións angulares, con “barrios” ou “casas-patio”. A disposición destas construccións permite organiza-lo espacio en rúas radiais (do exterior ó interior) e perimetrais (seguen a liña da muralla). Contrasta a organización urbanística do primeiro recinto co central, onde as construccións aparecen ailladas. Inmediatamente á dereita da porta que atravesa a segunda muralla, con dous torreóns con habitación interior, localízase unha fonte-alxibe de uso público. Pénsase que debeu estar cuberta por unha falsa bóveda. O acceso ó interior facíase por medio dunhas escaleiras dende a rúa, onde mediante lousas de canto evitaríanse os arrastres da chuvia cara ó depósito.
Pasada esta segunda porta atopámonos coa rúa radial que vai á croa, da que parten outras rúas menores á dereita e esquerda, e algúns exemplos de
casas-patio. As cubertas pénsase que eran vexetais, pois só se atopou tégula nas entradas das murallas.
Seguindo pola rúa principal cara arriba temos de frente a porta que dá acceso á croa, flanqueada por dous cubos. Xa na croa, se seguimo-la liña da muralla pola dereita da porta, á altura do segundo tramo de escaleiras hai un penedo coa inscripción: IOVI (A Xúpiter).
Cruzando a croa, de frente, chégase á Porta Este. A porta ten o chan enlousado e un desnivel no acceso que impediría a entrada de carros no recinto. Estaba flanqueada por dous torreóns con dúas estancias rectangulares no interior cun rebanco corrido (corpos de garda). Atravesando a porta, nun achandamento á esquerda, hai unha estructura cadrada de tres graos cun pequeno adosado traseiro que foi interpretada como o pedestal dunha estatua.

Escavacións. De 1922 a 1925; de 1948 a 1950. En 1980 a descuberta dun xacemento paleolítico nas proximidades do castro impulsa a recuperación e limpeza do poboado. Dende entón, as escavacións e intervencións no xacemento sucédense ata a actualidade. Actualmente lévase a cabo un novo plan de recuperación e musealización.
Materiais. No Museo Arqueolóxico Provincial de Ourense.
Accesos. Chégase ben dende Ribadavia, Carballiño ou Ourense. Collendo a estrada que vai dende Ourense a Pontevedra, pasado Arrabaldo, hai un desvío que vai a Ribadavia e outro a Carballiño. Hai que colle-lo que vai ó Carballiño e, tomando á esquerda pásase por Barbantes, e pouco máis adiante, pasado Ourantes, está Lás." ( P. Barciela y E. Rey)

Nota.- En las imágenes, entrada al poblado y vista parcial de una de las zonas excavadas.

domingo, 16 de marzo de 2008

BALNEÁRIO PRÉ-ROMANO DE BRAGA


"Trabalhos arqueológicos recentes relacionados com as obras de remodelação da linha ferroviária do Minho levaram a uma inesperada descoberta na área da estação ferroviária de Braga.
Trata-se de um balneário, semelhante aos que foram identificados em Briteiros, Sanfins e outros castros, parcialmente destruído mas conservando ainda claros elementos característicos deste tipo arquitectónico, designadamente a laje que continha a pequena abertura de acesso ao interior.
As estruturas preservadas dizem respeito ao arranque dos muros laterais Norte da câmara, à antecâmara, dotada de bancos para os utilizadores, pavimentada com pedras regulares e ladeada a Poente pela “pedra formosa” (como se designa tradicionalmente este elemento dos balneários deste tipo), e um átrio com 4,70 metros de comprimento por quase três metros de largura, pavimentado com grandes lajes graníticas e onde se rasgam duas pias para abluções.
O papel e significado funcional deste género de balneários é assunto de debate entre os especialistas, aceitando-se modernamente a sua explicação como estruturas destinadas a banhos de vapor, mais com um carácter simbólico ou iniciático que no sentido higiénico ou de lazer. A descoberta, no balneário de Braga, de uma pequena fossa de deposição ritual, delimitada e coberta por pedras e contendo um vaso cerâmico, parece vir sublinhar a natureza sacral dos actos que ali se praticariam.
A sobriedade do monumento, onde a ausência de elementos decorativos é notória, e os materiais arqueológicos sugerem um grande arcaísmo para este balneário, certamente de cronologia pré-romana.
Permanece em discussão a sua eventual relação com qualquer aglomerado habitacional da Idade do Ferro das proximidades, já que os vestígios desta época são praticamente inexistentes na própria cidade de Braga.
O balneário encontra-se em processo de musealização e ficará inserido na nova estação ferroviária central de Braga." ( M. Silva)

Bibliografia
Lemos, Francisco Sande [et al.] – “O Balneário Pré-romano de Braga”. Al-Madan, 2ª
série, 12. Almada, 2003, no prelo

Nota.- En las imágenes, vista parcial y general de la estructura descubierta recientemente.

"MONUMENTO CON FORNO" DEL CASTRO DOS PRADOS ( ORTIGUEIRA, A CORUÑA )

"Situación. Castro dos Prados, (S. Xoán de Espasante), Ortigueira (A Coruña).
Cronoloxía. No século I. a.C. se constrúe este poboado costeiro coas súas defensas: dous foxos e dúas murallas intercaladas (e un parapeto, hoxe desaparecido). No século I e II d.C. reaprovéitase un dos foxos para construir un monumento con forno.
Elementos de interese. Monumento con forno, estructura na que se centraron os traballos arqueolóxicos no castro e que supón a única destas características que se conserva e se pode visitar en Galicia.
Estas construccións semisoterradas están situadas nas zonas baixas dos poboados e moi próximas ós cursos de auga. A función destes monumentos foi moi discutida: fornos crematorios; monumento para darlle culto á auga e diferentes tipos de forno (de fundición, de coce-lo pan ou a cerámica). Nos últimos anos a investigación inclínase polo uso termal como baños de vapor.
O monumento con forno de Espasante ten os elementos típicos deste tipo de construcción, –a excepción da piscina de agua fría e da Pedra Formosa (ver Castro de Briteiros e Sanfins). A primeira estancia é o Adro ou Vestíbulo, de forma semicircular; síguelle a Antecámara, de planta trapezoidal co piso de grandes lousas perfectamente encaixadas. Conserva restos de bases de bancos (sería un lugar de adaptación antes de pasar ó adro e seguir descalzos polo
lousado exterior ata unha piscina de auga fría).
Cara ó interior está a Cámara, de planta rectangular, en orixe é un espacio totalmente pechado ó que se accede polo oco da pedra formosa; hoxe deste elemento só se conservan os ocos nos que iría encaixada, nas beiras desta hai dúas arquetas (nas que se producía vapor e se impedía a saída do mesmo).
No outro extremo da estancia atópase a piscina, rectangular, de auga quente.
Está construída con lousas a un nivel inferior ó do piso e a ela botábanse cantos de río quentes para producir vapor. Na parte dereita, no extremo cercano á piscina, atópase o burato de comunicación cunha canle de desaugue que chega ata fóra en desnivel. O piso da cámara está formado por lousas de grande tamaño, ben encaixadas e pulidas. Conserva parte dunha cuberta de falsa bóveda por aproximación de fiadas (o frecuente e que sexa a dúas augas).
Por último estaría o Forno e a fonte de alimentación. O espacio é rectangular e está construído en falsa bóveda. Na zona de alimentación do forno podíase almacenar madeira para face-lo lume (atopáronse carbóns e cinzas).

Escavacións. Prospeccións nos anos 30 e catalogado nos anos 60. Excavación, consolidación e limpeza en 1987-91. Accesos e sinalización en 1991.
O punto azul sinala os materiais engadidos. Hai un elemento diferenciador de tella.

Accesos. Hai que colle-la estrada Ferrol-Viveiro e, despois de pasar
Ortigueira, chegar a Espasante (hai carteis indicadores). En Espasante dirixirse cara ó porto e segui-la estrada que leva á Cetárea. O castro está moi cerca, e hai outro sinal no mesmo xacemento. "( P. Barciela y E. Rey ).

Nota.- En la fotografía de la parte inferior, una vista general del conjunto excavado y encima, vista parcial de la estructura dejada al descubierto.

sábado, 15 de marzo de 2008

CASTRO DE SAÔ LOURENÇO ( ESPOSENDE)

"Situado num esporão rochoso da cadeia montanhosa que bordeja o litoral atlântico e dominando a foz do Cávado, o Castro de S. Lourenço é um dos povoados exemplares da ocupação da Idade do Ferro no Entre Douro e Minho litoral.
As primeiras populações ter-se-ão fixado neste cabeço pedregoso por alturas dos séculos VII ou VI antes de Cristo, desenvolvendo-se nas centúrias seguintes a arquitectura doméstica típica da Idade do Ferro do Noroeste, com casas de planta circular cobertas de colmo e um sistema defensivo assente em diversas linhas de muralhas.
Um grande incêndio que terá destruído o povoado nos inícios do século I da nossa era parece estar na origem de uma profunda restruturação urbana, que terá re-ordenado as construções, dispostas agora em plataformas artificiais construídas nas encostas com recurso a sólidos muros de suporte e com o seu espaço doméstico muitas vezes ampliado através de um átrio ou vestíbulo constituído por muretes angulosos que ladeavam as portas. Parece também remontar a este período a organização mais notória das habitações em núcleos de várias construções ligadas por um pátio lajeado comum, bem como a procura de eixos de circulação de tendência mais rectilínea. A consolidação de um elaborado sistema defensivo, baseado numa tripla muralha, fossos e mesmo um torreão de vigilância numa elevação próxima é um sinal claro da assinalável importância regional que este povoado terá alcançado durante os primeiros séculos da dominação romana.
Na época da Reconquista Cristã, talvez por alturas do séc. X, ergueu-se no topo da penedia, onde actualmente existe uma capela da invocação de S. Lourenço, um pequeno castelo para defesa do litoral, cuja muralha, parcialmente reconstruída, pode ver-se no bordo da plataforma. Desse ponto pode o visitante desfrutar de uma panorâmica belíssima, quer sobre o povoado proto-histórico, quer sobre as planuras de encontro entre o Cávado e o Oceano.
A musealização do castro, através da reconstituição de diversos núcleos de habitações, de parte de uma linha de muralhas e da informação que no local é proporcionada ao visitante conferem a este sítio arqueológico características particularmente pedagógicas. É de destacar, designadamente, o contributo deste povoado para uma imagem sensivelmente diferente do que seria o habitat castrejo, graças à ocorrência de elementos de construção que sugerem a existência de postigos e janelas nas habitações (o que noutros castros não pôde documentarse
com clareza) e de restos de rebocos com vestígios cromáticos que indiciam que as paredes de muitas das edificações seriam argamassadas e pintadas de cores vivas, como amarelo, vermelho ou branco, quer no interior, quer na face externa, o que contrasta com o sentimento de sobriedade ou nudez transmitido por muitas ruínas castrejas.
O acesso à estação arqueológica é muito fácil a partir da IC1, estrada que deve deixar-se na saída para Esposende. Bastará depois seguir as placas indicativas até à E.N. nº 13, de onde se toma a Estrada Municipal 550, encontrando-se o castro a apenas 4 km." ( M. Silva)

Bibliografia
Almeida, C. A. B.; Cunha, Rui C. – O Castro de S. Lourenço. Vila Chã, Esposende. Esposende: Câmara Municipal, 1997

Nota.- En las imágenes que ilustran el texto, pueden verse varias viviendas reconstruídas y parte del área excavada.